Técnicas de manejo sustentável dão espaço ao produtor de milho no mercado de carbono
Redução da pegada de carbono une necessidade e oportunidade.
Em um mercado em constante mudança, com pressões cada vez maiores pelo fim das emissões de gases de efeito estufa por parte das atividades econômicas, a agricultura de baixo carbono deixa de ser uma utopia e torna-se oportunidade frente ao potencial mercado de carbono, que promete remunerar o produtor pelos serviços ambientais prestados. Para tanto, o produtor deve estar atento à pegada de carbono da sua atividade, ou seja, quantificar as emissões de gases de efeito estufa (GEEs) que ocorrem ao longo do ciclo de vida de seu produto ou serviço, da produção até a chegada ao porto de destino.
No caso do milho, as fontes de emissões de GEE mais relevantes se concentram no downstream da cadeia produtiva, sobretudo no uso inadequado de fertilizantes nitrogenados, bem como na queima de combustíveis fósseis, presentes em todo o elo até a exportação. Por outro lado, medidas já bem difundidas entre os produtores brasileiros promovem a redução das emissões, bem como a fixação ou o sequestro de carbono no solo, como o plantio direto, a rotação de cultura, a integração de lavoura-pecuária, a utilização de cultivares que reduzem aplicações de fertilizantes e defensivos, entre outras medidas também previstas no Plano ABC.
Com o avanço das discussões na COP-26, realizada em Glasgow em novembro passado, a expectativa é que o mercado de carbono, que ainda não é regulado no Brasil, ganhe novos rumos, sobretudo na sua dinâmica internacional e nos modelos de precificação de carbono. Nesse sentido, os acordos internacionais firmados pelo Brasil, como o Acordo de Paris e suas derivações, e as demandas do mercado internacional, indicam que o produtor de milho brasileiro deve integrar referidas medidas em seu planejamento com vistas a manter-se competitivo e garantir sua participação no potencial mercado de carbono, que deve ganhar ainda mais relevância nos próximos anos.
Consolidação da biotecnologia trouxe sustentabilidade para as lavouras
Ferramenta colaborou para a redução da emissão de gases, do desperdício de recursos e muito mais.
Há mais de 20 anos, o primeiro milho geneticamente modificado (GM) foi comercializado no mundo. Tratava-se de um evento resistente ao herbicida de amplo espectro, glufosinato de amônio. No Brasil, em 2007, a primeira cultivar GM aprovada para comercialização após a publicação da Lei de Biossegurança, marco regulatório sobre o tema no país, foi o milho Liberty Link (resistente ao herbicida glufosinato de amônio). Hoje, as lavouras de milho GM representam mais de 90% da área plantada com milho no Brasil – dos 20 milhões de hectares de milho plantados na Safra 2020/21, 18 milhões de hectares são de milho GM.
Em paralelo ao incremento de área plantada com GM e ao surgimento de novas tecnologias no campo, observou-se também uma evolução no ordenamento jurídico, tanto no campo da biotecnologia quanto do meio ambiente, garantindo por lei uma segurança ambiental na implantação de atividades que envolvam biotecnologia. Isto porque o produtor que pretende trabalhar com OGM deve atender a uma série de ritos e requisitos técnicos, incluindo protocolos internacionais como o Protocolo de Cartagena, que buscam assegurar o equilíbrio e a qualidade do ambiente em que o GM será introduzido.
Para além dos padrões legais exigidos, a consolidação da biotecnologia refletiu em diversos benefícios sociais, ambientais e econômicos ao produtor, dando um caráter sustentável à adoção de milho GM. De acordo com dados da Céleres®, nos últimos 10 anos o uso da biotecnologia na cultura do milho proporcionou uma queda significativa do consumo de água e de combustível, além das emissões de CO 2, com a redução da aplicação de defensivos e do número de entradas com máquinas na lavoura. Além disso, o pacote tecnológico empregado também se tornou menos tóxico.
A biotecnologia nas lavouras de milho monitoradas pela Céleres ® colaborou ainda para o aumento do teto produtivo, redução dos custos com inseticidas e herbicidas, aumento do faturamento, da rentabilidade operacional e do retorno médio sobre o investimento. Consequentemente, a melhora na rentabilidade e na produtividade arrefeceu a marcha de conversão ou abertura de novas áreas para a agricultura. Com novos desafios surgindo, como a redução da pegada de carbono do milho, a manutenção da biodiversidade e a garantia da segurança alimentar, a biotecnologia deve manter seu papel fundamental na proposição de soluções.
Economia de baixo carbono e importância da agricultura brasileira
COP-26 se aproxima e traz discussões sobre temas sustentáveis.
Com a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26) se aproximando, o papel da agropecuária nas emissões de gases de efeito estufa e as medidas de redução e sequestro de carbono estão em voga, tornando urgentes as discussões entre os setores para corroborar com o fortalecimento da agropecuária de baixo carbono.
Dentre as políticas públicas brasileiras aplicadas à agropecuária e que objetivam o cumprimento dos acordos internacionais para a redução dos efeitos das mudanças climáticas, cabe destaque ao Plano ABC – Agricultura de Baixa Emissão de Carbono. O Plano, que já está em sua segunda edição (2020), reforça sete programas já previstos no ordenamento jurídico e acordos internacionais, quais sejam: Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD), Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs), Sistema Plantio Direto (SPD), Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), Florestas Plantadas (FP), Tratamento de Dejetos Animais (TDA) e Adaptação às Mudanças Climáticas.
O Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), em uma avaliação das emissões brasileiras de GEE, constatou que, no ano de 2019, o setor agropecuário foi responsável por 83% do total das emissões de carbono equivalentes do país (considerado o corte transversal da agropecuária – agropecuária em si e dentro dos outros setores). Por outro lado, é o único setor que apresenta potencial de remoção de GEE, sendo que o percentual de emissões líquidas diminui para 73% do total emitido, fruto da adoção de medidas indicadas no Plano ABC, mas que já são praticadas por décadas pela agropecuária brasileira.
Além dos ganhos ambientais, como melhora na qualidade do solo, aumento da área florestada, proteção dos recursos hídricos, redução das emissões de gases GEE e outros, as medidas resultaram em benefícios agronômicos e econômicos consideráveis ao produtor, como ganho de produtividade, redução de custos e maior competitividade em um mercado com demandas cada vez mais exigentes do ponto de vista socioambiental. Ainda, o desempenho do agro nas pesquisas ilustra seu potencial no mercado de carbono, que poderá ganhar novos rumos com a COP-26, evento que acontecerá em novembro em Glasgow, na Escócia.
Economia de baixo carbono e importância da agricultura brasileira
COP-26 se aproxima e traz discussões sobre temas sustentáveis.
Com a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26) se aproximando, o papel da agropecuária nas emissões de gases de efeito estufa e as medidas de redução e sequestro de carbono estão em voga, tornando urgentes as discussões entre os setores para corroborar com o fortalecimento da agropecuária de baixo carbono.
Dentre as políticas públicas brasileiras aplicadas à agropecuária e que objetivam o cumprimento dos acordos internacionais para a redução dos efeitos das mudanças climáticas, cabe destaque ao Plano ABC – Agricultura de Baixa Emissão de Carbono. O Plano, que já está em sua segunda edição (2020), reforça sete programas já previstos no ordenamento jurídico e acordos internacionais, quais sejam: Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD), Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs), Sistema Plantio Direto (SPD), Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), Florestas Plantadas (FP), Tratamento de Dejetos Animais (TDA) e Adaptação às Mudanças Climáticas.
O Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), em uma avaliação das emissões brasileiras de GEE, constatou que, no ano de 2019, o setor agropecuário foi responsável por 83% do total das emissões de carbono equivalentes do país (considerado o corte transversal da agropecuária – agropecuária em si e dentro dos outros setores). Por outro lado, é o único setor que apresenta potencial de remoção de GEE, sendo que o percentual de emissões líquidas diminui para 73% do total emitido, fruto da adoção de medidas indicadas no Plano ABC, mas que já são praticadas por décadas pela agropecuária brasileira.
Além dos ganhos ambientais, como melhora na qualidade do solo, aumento da área florestada, proteção dos recursos hídricos, redução das emissões de gases GEE e outros, as medidas resultaram em benefícios agronômicos e econômicos consideráveis ao produtor, como ganho de produtividade, redução de custos e maior competitividade em um mercado com demandas cada vez mais exigentes do ponto de vista socioambiental. Ainda, o desempenho do agro nas pesquisas ilustra seu potencial no mercado de carbono, que poderá ganhar novos rumos com a COP-26, evento que acontecerá em novembro em Glasgow, na Escócia.