Acompanhamento safra EUA – 3ª semana maio,2022
Baixo avanço no plantio de milho nos EUA coloca a safra 2022/23 como a segunda mais atrasada nos últimos vinte anos
Segundo os dados semanais do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) referentes ao dia 08/maio/2022, apenas 22% da safra de milho havia sido plantada, contra os 67% vistos no mesmo período em 2021. O avanço representa o maior atraso para o período desde 2013, sendo o segundo pior andamento dos últimos 20 anos.
Diversas regiões trouxeram condições úmidas que afastou diversos agricultores dos campos, prejudicando novamente o andamento do plantio. Ainda que a janela para recuperação do plantio continue nas próximas semanas, tamanho atraso deverá prejudicar o andamento dos próximos estágios e poderá impactar negativamente na produtividade para safra norte-americana 2021/22.
Como são classificados os resíduos sólidos gerados na produção agrícola?
A Política Nacional de Resíduos Sólidos, em seu 13º artigo, classifica os resíduos sólidos quanto à sua origem – domiciliares, de limpeza urbana, de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços, industriais, dos serviços de saúde, dos serviços públicos de saneamento básico, resíduos agrossilvopastoris, entre outros; e quanto à sua periculosidade, podendo ser resíduos perigosos, ou seja, aqueles que, em razão de suas características apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, e resíduos não perigosos.
Por sua vez, a norma NBR 10004/2004 da ABNT classifica os resíduos sólidos conforme o seu risco em relação ao homem e ao meio ambiente e são divididos nos seguintes grupos:
1) resíduos classe I – Perigosos (embalagens de produtos químicos, EPIs contaminados, materiais contaminados por óleo, etc.);
2) resíduos classe II – Não perigosos, subdividido em resíduos classe II A – Não inertes (restos culturais, pós de varrição, papel, etc) e resíduos classe II B – Inertes (plásticos, sucatas, sacarias, etc). Os resíduos podem ainda ser classificados quanto à natureza física (secos e úmidos) e quando à composição química (matéria orgânica e inorgânica).
A classificação dos resíduos sólidos é de suma importância para seu adequado gerenciamento dos resíduos, principalmente na segregação e destinação final, de modo que um resíduo não contamine o outro, inutilizando sua reutilização ou reciclagem. Por esta razão, investir em um eficiente Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e treinamento dos colaboradores deve fazer parte das estratégias de gestão do produtor rural.
Gestão de Resíduos Sólidos na produção agrícola: uma questão legal.
Para além de sua importância na prevenção e mitigação de possíveis impactos socioambientais decorrentes das atividades agrícolas, o gerenciamento de resíduos sólidos aliado à tecnologia reverteu ônus em oportunidade nos últimos anos, ao incorporar diversos subprodutos ao cultivo, e adotar medidas de reuso e reciclagem, que geram benefícios econômicos ao produtor. Contudo, gerir de forma adequada os resíduos de uma produção agrícola é uma questão legal, passível de sanções quando não cumpridas as medidas previstas em lei.
O ordenamento jurídico brasileiro estabelece diretrizes para a gestão dos resíduos sólidos, sobretudo, por meio da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010), a qual obriga a elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), tanto para os estados e municípios, quanto para os mais variados empreendimentos da iniciativa privada, como é o caso das atividades agrícolas. Parte integrante do processo de regularização ambiental da atividade agrícola, o PGRS detalha os procedimentos operacionais como a classificação, o acondicionamento, o armazenamento, o transporte, destinação final de cada classe de resíduo e demais ações relativas ao gerenciamento de resíduos sólidos.
Diretrizes e normas acerca do gerenciamento de resíduos sólidos também estão presentes em resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), além da legislação estadual e municipal. Nesse sentido, para uma gestão ambiental eficiente de sua produção, o produtor deve estar atento às particularidades técnicas e legais da sua região e de sua atividade.
Acompanhamento safra EUA – 2ª semana maio,2022
Aumento do atraso no plantio eleva preocupação para a próxima safra norte-americana de milho
Segundo os dados semanais do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) referentes ao dia 01/maio/2022, apenas 14% da safra de milho havia sido plantada, contra os 42% vistos no mesmo período em 2021. O avanço representa o maior atraso para o período desde 2013, sendo o quarto pior andamento dos últimos 20 anos.
Diversas regiões importantes como o cinturão do milho vêm trazendo condições frias e úmidas que estão dificultando a entrada de trabalhadores nos campos, atrasando muito o andamento do plantio. Junto com este problema, a expectativa é que o clima nas próximas semanas continue ruim para o plantio, o que chamará atenção internacional dos mercados para o momento preocupante.
Acompanhamento de safra semanal EUA
Início de plantio de milho eleva atenção para a próxima safra norte-americana
Os dados semanais do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mostram que 7% da safra de milho já havia sido plantada até o dia 24/abril/2022. Na comparação com o mesmo período do ano passado, 15% da safra já havia sido semeada, registrando atraso no início dos trabalhos de campo na temporada 2022/23.
Algumas regiões registraram excesso de temperaturas frias e condições ainda secas que atrasaram um andamento mais rápido do plantio. Apesar do atraso, o percentual ainda pode ser recuperado nas próximas semanas, devendo ser fator de atenção para o mercado internacional no período.
Fonte: Céleres®.
Elaboração: Céleres®.
Atualizado em abril/2022.
Cultivares x Enfezamento
As cultivares de milho como aliados contra o enfezamento
A cigarrinha do milho apresenta uma dinâmica populacional maior na época da safra de inverno, conforme visto anteriormente, sendo uma preocupação aos produtores da segunda safra, causando problemas como o enfezamento, que pode gerar grandes perdas na produtividade. Por isso, é importante realizar a semeadura de cultivares resistentes a doença.
Fonte: GETAP/MAPA | Elaboração: GETAP | março/2022. Registros até 30/04/2021
Em um passado recente, o setor de sementes possuía uma baixa disponibilidade de materiais resistentes a doença, o que veio a ser corrigido, conforme mostrado no gráfico acima. A escolha da cultivar é um dos principais aliados do manejo no momento da semeadura, sendo interessante priorizar por escolhas de sementes que apresentam características voltadas a defesa dos problemas ocasionados pela cigarrinha. Sabendo da importância, o mercado apresenta uma série de cultivares que apresentam diferentes níveis de tolerância, porém para garantir bons resultados, deve ser feito um pacote de manejos preventivos e de controle.
Expectativa de plantio segunda safra
Condições atuais favorecem aumento na área plantada de milho inverno
A expectativa para a semeadura da safra de milho inverno seguem otimistas, sobretudo devido ao patamar atual de preços – que tem garantido uma boa perspectiva de rentabilidade e ao ritmo acelerado de semeadura, já que boa parte do cereal fora instalado dentro da janela recomendada.
Confira a nossa análise da área plantada de milho inverno (mil/ha) na tabela abaixo:
Além da região Centro-Oeste que se mantem como uma grande potência agrícola, é importante destacar a participação da região Norte, com expectativa de 33,6% de aumento na área plantada. Puxado principalmente pelo chamado MATOPIBA, a região Norte/Nordeste como um todo apresentou um crescimento acima da região Centro-Sul, por ser uma região mais recente no setor e que tende a continuar crescendo nos próximos anos. Já para o Brasil de maneira geral, o aumento esperado é de 12% da área, cerca de 1,8 milhões de hectares a mais que na safra passada.
Expectativa de plantio de milho na Ucrânia
Mercado prevê quebra de 30% a 50% da produção em relação a 21/22 e abre espaço para outros mercados exportadores
A Ucrânia é o 4ª maior produtor de milho no mundo e responsável por cerca de 14,2% das exportações mundiais, um importante agente no mercado externo. A invasão russa levou os preços internacionais do milho a patamares históricos, chamado a atenção de produtores e exportadores não só brasileiros, diante de uma possível inviabilidade de plantio e colheita ucraniana, devido à falta de mão de obra e suprimentos como fertilizantes e combustíveis.
Desse modo, o mercado prevê quebra na safra ucraniana na ordem de 30% a 50% da produção em relação à última safra, que alcançou 41,9 milhões de toneladas. Nos gráficos abaixo é possível observar os diferentes cenários de produção e exportação, se tal expectativa se cumprir.
O cenário mais cauteloso, de quebra de 30%, determina produção de 29,3 milhões de toneladas e exportação de 17,6 milhões. Já o cenário mais pessimista, com perda de metade da produção em relação a última safra, poderá exportar 12,6 milhões de toneladas. Esse espaço de 10 a 15 milhões de toneladas a menos exportadas, abre oportunidade de outros países como Estados Unidos, Brasil e Argentina garantirem esse mercado. Nesse contexto, o Brasil, que espera uma safra inverno bastante robusta, na casa dos 92,1 milhões de toneladas, surge como forte candidato a cobrir pelo menos parte dessa demanda.
Fonte: Céleres®
Elaboração: Céleres®
Atualizado em março/2022.
Relação da falta de potássio com quedas da produtividade no milho
A falta de fertilizantes potássicos é uma grande preocupação para safra de milho 22/23
Uma grande preocupação da agricultura brasileira para a safra 22/23 é o risco da falta de fertilizantes potássicos, visto as sanções aplicadas para interromper o fluxo russo de exportação e a extrema dependência da importação de potássio da mesma região.
O potássio, elemento mais demandado pela cultura do milho, é um macronutriente essencial para o crescimento e desenvolvimento da planta. Devido a essa importância, há uma relação entre a disponibilidade do nutriente no solo com a produtividade que será alcançada na lavoura.
A redução de 1kg/ha na adubação potássica pode reduzir a produtividade do milho em mais de 12kg/ha (Figura 1). Desse modo, é essencial monitorar o teor de K no solo e fornecer a nutrição adequada para que o milho possa expressar sua capacidade produtiva.
Fonte: Céleres
Elaboração: GETAP
março/2022
Dados até 29/03/2022
Evolução de preços de milho no mercado interno
Dólar e perspectivas de boa colheita na 2ª safra devem pressionar formação interna de preços no curto prazo
Desde último trimestre/2021, os preços internacionais e nacionais de milho encontraram fatores de sustentação nos baixos estoques de passagem, na baixa oferta de verão no começo de 2022 e nos patamares elevados de câmbio no período. Praças consumidoras relevantes no mercado interno observaram cotações na casa de R$ 100/sc – R$110/sc para o cereal.
O cenário de preços na última duas semanas, no entanto, mudou de direção com quedas consideráveis nos preços praticados, sobretudo para as referências de negociação para o segundo semestre. A recente valorização do Real, a pressão vendedora de curto prazo com a colheita de verão e preferência de armazenagem para soja e principalmente a expectativa de colheita acima de 85 milhões de toneladas na safra de inverno 2021/22 fez com que os preços futuros do cereal cedessem mais de 10% no período. O contrato setembro/2022 caiu de R$100/sc no começo de março/22 para R$85/sc na última semana do mês.
No curto prazo, ainda pode haver espaço para mais quedas visto a continuidades da movimentação do câmbio e fatores pontuais na ponta vendedora. No entanto, a Céleres® reforça que, mesmo com a colheita de inverno elevada no país, os fundamentos internos e externos deverão sustentar os preços de milho ao longo de 2022. Ressalta-se ainda a expectativa de baixa disponibilidade de milho no mundo neste ano em função do conflito Ucrânia e Rússia e a elevação dos preços de petróleo, driver de sustentação da demanda por etanol a base de milho.