Continuidade de clima ruim nos Estados Unidos atrapalha as condições das lavouras de milho.
Fonte: USDA. Elaboração: Céleres®. Atualizado em julho/2022.
.
No relatório divulgado no dia 25/julho/2022, pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), viu-se um avanço significativo de 25 p.p. no progresso de formação de espigas de milho nas lavouras americanas, estando agora apenas 8 p.p. abaixo da média dos últimos cinco anos e 14 p.p. abaixo do ano passado.
Já nos principais estados produtores, viu-se uma melhora expressiva na evolução de formação de espiga se encontram 10 p.p. abaixo da média dos últimos cinco anos. O enchimento dos grãos de milho avançou 7 p.p. esta semana, 2 pontos percentuais abaixo da média dos últimos cinco anos e 4 p.p. em relação ao ano passado.
Devido às temperaturas acima da normal e umidade abaixa da normal em julho/2022, as qualidades das lavouras de milho estadunidenses tiveram mais uma queda expressiva, caindo 3 p.p. em relação à semana passada e 4 p.p em relação à medias dos 5 anos. Piora nas condições eleva as tensões para oferta norte-americana e a volatilidade de preços internacionais. O mercado climático nos EUA deverá se estender até agosto/22.
Macroeconomia e impactos sobre preços de milho.
Possibilidade de recessão, elevação dos juros globais e valorização do dólar pressionam os preços mundiais da commodities agrícolas.
Fatores macroeconômicos têm participação relevante na formação dos preços globais de commodities agrícolas, tanto pela relação com a dinâmica da demanda mundial quanto pela ação dos fundos de investidores nas bolsas de commodities agrícolas.
A elevação de juros globais para combater inflação, a valorização do dólar frente às várias moedas pelo mundo, ambas a partir do 2º trimestre de 2022, e a potencial desaceleração econômica impuseram um freio de arrumação para os preços agrícolas internacionais que vinham numa trajetória de alta desde meados de 2020.
O vencimento setembro/22 chegou a ser cotado a US$ 7,7/bushel em meados de maio/22, porém, caiu para faixa de US$ 6,0-6,5/bushel na primeira metade de julho/22 – patamares anteriores ao conflito Rússia e Ucrânia.
Para o produtor de milho brasileiro, o mesmo movimento de valorização do dólar tem beneficiado a formação de preços internos ao depreciar o Real, limitando a queda das cotações nacionais do cereal. Nos próximos 45 dias, as atenções do mercado com a macroeconomia global devem dividir espaço com a clima e evolução da safra norte-americana – que ainda ocorre próximo da normalidade, apesar do receio com clima mais quente e seco neste período.
Desenvolvimento das safras de milho americano continuam atrasados.
Desenvolvimento das safras de milho americano continuam atrasados apesar de uma semana de grande desenvolvimento.
Fonte: USDA. Elaboração: Céleres®. Atualizado em julho/2022.
Em relação ao relatório divulgado nessa segunda feira, 18/julho/2022, pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), viu-se um grande avanço de 22 p.p. no progresso de formação de espigas de milho nas lavouras americanas apesar de ainda estar 11 p.p. abaixo da média dos últimos cinco anos e 15 p.p. abaixo de 2021.
Em Iowa, o principal produtor de milho dos Estados Unidos, o progresso da formação de espigas ainda se vê bem atrasado, estando 19 pontos percentuais abaixo da média dos últimos cinco anos, enquanto Illinois, que estava mais atrasada, conseguiu se recuperar ficando apenas 4% abaixo da média dos últimos cinco anos.
O enchimento dos grãos de milho, que avançou 4% em relação à semana passada, está apenas 1 ponto percentual abaixo da média dos últimos cinco anos e do ano passado.
Por mais uma semana, as condições das lavouras de milho da safra americana continuam estáveis em um patamar abaixo da média, devendo ser motivo de alerta para o clima nas próximas semanas, que continua dando sinais de menos precipitações e temperaturas elevadas.
Fonte: USDA. Elaboração: Céleres®. Atualizado em junho/2022.
Avanço da colheita de milho inverno e atraso da comercialização de grãos pressiona demanda por armazenagem em Mato Grosso.
Fonte: Celéres®. Elaboração: Céleres®. Atualizado em julho/2022.
O avanço da colheita de milho inverno expande as preocupações de armazenagem de grãos no Brasil, sobretudo no Cerrado. De acordo com dados da Céleres®, até o fim de junho/2022, 17% da área plantada já havia sido colhida no Centro-Sul, com maior destaque para 29% em Mato Grosso.
Apesar de perdas pontuais em função da estiagem em meados de abril e maio deste ano, o estado ainda deve colher 38 milhões de toneladas na safra 2021/22, isto é, foram colhidos mais de 11 milhões de toneladas somente no mês de junho/2022, evidenciando o excesso de oferta no curto prazo na região.
O estado ainda presencia um cenário de vendas historicamente atrasadas tanto na soja quanto no milho inverno, reforçando a demanda do produtor por armazenamento. Em uma simulação simples para Mato Grosso, o somatório do volume de soja na mão do agricultor e volume de milho colhido e ainda não vendido por ele até a última semana de junho/22 totalizam quase 11,5 milhões de tonelada. A título de comparação, a capacidade total de armazenamento em propriedade do produtor no estado é de apenas 10,5 milhões de toneladas, segundo a CONAB.
Sob ponto de vista de mercado, não se descarta redução de prêmios no mercado local diante de tamanho excesso de oferta no curto prazo, diminuindo preço pago para o produtor. Na visão de quem produz, o ponto a ser destacado envolve os cenários futuros regionais de preços e do fôlego de caixa para comercialização assertiva no segundo semestre.
Chuvas caem em momento muito conveniente no cinturão do milho e início do processo de enchimento dos grãos.
Fonte: USDA. Elaboração: Céleres®. Atualizado em julho/2022.
De acordo com o relatório divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) referente ao dia 11/julho/2022, foi indicado um avanço de 8 p.p. no processo de formação de espigas de milho nas lavouras americanas, porém, mesmo com o aumento, os números dessa etapa estão 10 pontos percentuais abaixo da média do progresso nos últimos cinco anos e 9% inferior ao relatado na mesma semana em 2021.
Em Iowa, o progresso da formação de espigas está ainda mais lento, ficando 14 pontos percentuais abaixo da média dos últimos cinco anos, enquanto Illinois está 25 p.p. abaixo da média do estado. A demora para o desenvolvimento das plantas nos principais estados produtores e na média do país é devido ao plantio mais lento no começo do ano.
No relatório semanal do USDA, foi divulgado também dados sobre o início da etapa de enchimento de grãos nas lavouras, que começaram nesta semana e estão em 2% completos em relação à safra total, número condizente com a média dos últimos cinco anos.
A presença de chuvas na última semana na região do Cinturão do Milho estabilizou as condições das lavouras estadunidenses. No entanto, a expectativa de dias mais quentes e secos nas próximas semanas colocam o mercado em alerta para as condições das plantações.
Fonte: USDA. Elaboração: Céleres®. Atualizado em junho/2022.
Clima seco é motivo de preocupação dos agricultores de milho nos Estados Unidos.
Os dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) referentes ao dia 05/julho/2022, demonstraram um avanço de 3 p.p no processo de formação de espigas em relação a semana passada, ficando abaixo em 4 pontos percentuais da média dos últimos cinco anos e 2 p.p abaixo do número visto em 2021.
No Corn Belt, em Illinois, os números de formação de espigas estão demonstrando um processo muito lento, que se encontra 13 pontos percentuais abaixo da média dos últimos cinco anos, enquanto Iowa, o principal estado produtor de milho os números estão abaixo em 3 p.p. Apesar de serem atrasos bem iniciais e recuperáveis, o mercado ficará atento às condições climáticas das regiões produtoras para as próximas semanas.
As condições das lavouras divulgadas pelo relatório do USDA tiveram mais uma grande queda na qualidade em função do clima seco do último mês. As lavouras em boas e excelentes condições esta semana decresceu mais 3 pontos percentuais, ficando bem abaixo da média dos últimos cinco anos. Apesar da piora das condições de lavoura por lá, os preços internacionais do cereal seguem com fortes recuos em função de fatores externos, sobretudo preocupação dos investidores com possível recessão global.
Fim do processo de desenvolvimento vegetativo do milho nos Estados Unidos e queda nas condições novamente.
Semeadura rápida no começo do ano mostra grandes reflexos nos números de colheita de milho inverno no Brasil.
Fonte: USDA. Elaboração: Céleres®. Atualizado em junho/2022.
Os dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) referentes ao dia 27/junho/2022, mostram que o processo de emergência das plantas de milho chegou ao fim, antecipando resultados da média dos últimos cinco anos em uma semana.
Nesta semana também se inicia o processo de formação das espigas de milho que se encontram em 4%, no qual 6 estados americanos já noticiam números desta etapa, estando o valor do país no mesmo patamar do ano de 2021 e da média dos últimos cinco anos, todos com 4 pontos percentuais.
Segundo o relatório, houve queda pela segunda semana consecutiva nas condições de lavoura nos territórios americanos devido ao clima muito seco, assustando um pouco o mercado internacional. O número de plantações em condições boas e excelentes caiu 3 pontos percentuais esta semana, ficando abaixo da média dos últimos cinco anos. Já as lavouras ruins e muito ruins subiram 2 pontos percentuais em relação à última semana.
Colheita de milho no Brasil.
Semeadura rápida no começo do ano mostra grandes reflexos nos números de colheita de milho inverno no Brasil.
A semeadura veloz de milho inverno da safra 2021/22 mostrou reflexos nos números atuais de colheita. Levantamentos fornecidos pela Celeres® estimam a colheita de milho inverno do Centro-Sul no dia 17/junho/2022 em 13% concluída, 7,2 pontos percentuais acima da safra de 20/21 e 6,5 pontos acima da média dos últimos cinco anos.
A colheita mais rápida pode significar o adiantamento da janela de exportação de milho no Brasil, devendo ter volumes mais elevados do cereal nos portos, até mesmo para lidar com questões de armazenamento no mercado interno. Por outro lado, o
ritmo de colheita pode ser menor do que o esperado nas próximas semanas devido à falta de espaço para armazenamento dentro das propriedades.
Apesar de um alto percentual colhido em relação a outros anos, ainda se verifica números bem diferentes entre os estados do Centro-Sul. No Paraná, o percentual colhido se encontra em 2% de acordo com os dados da Céleres® e, segundo resultados divulgados pelo DERAL referentes ao dia 13/junho/2022, 95% das lavouras de milho estão em boas ou médias condições, reforçando o bom potencial produtivo da região, apesar da piora de 2 pontos percentuais de qualidade em relação ao relatório anterior.
Enquanto isso, no Mato Grosso, a área colhida aumentou em 13 pontos percentuais, atingindo 25% da área plantada. Diferentemente do Paraná, a escassez de chuvas em parte do Mato Grosso a partir de meados de abril/22 tem limitado as expectativas de produtividade por hectare na região.
Entenda o que é o enfezamento do milho!
O enfezamento do milho é um dos principais problemas enfrentados pelos produtores de milho. Tendo a cigarrinha (Dalbulus maidis), inseto de cerca de 0,5cm que se alimentam da seiva da planta e coloca seus ovos na superfície da folha, como vetor da doença. É importante salientar que nem todas as cigarrinhas são transmissoras do enfezamento, essa contaminação se dá apenas pelos insetos contaminados pelo molicute, um microrganismo patogênico que sobrevive apenas na cultura do milho, sendo disseminada pelas cigarrinhas, quando estas se alimentam da planta. A infecção com molicute ocorre principalmente nos estágios iniciais do milho, momento em que a planta está mais vulnerável, porém os sintomas do enfezamento são visíveis apenas no momento de enchimento de grãos.
Fonte: Getap | Imagens: Internet
O efeito causado pelo molicute se dá afetando o processo de translocação dos fotoassimilados, uma vez que eles se distribuem nos feixes vasculares das plantas de milho, gerando sintomas como a descoloração na margem das folhas, redução das espigas e altura das plantas, desenvolvimento reduzido de raízes, entre outros. Problemas que podem ser prevenidos com remoção de milho tiguera, realização de um bom tratamento de sementes, controle com inseticidas principalmente das bordaduras, focando nos estádios iniciais do milho, uma vez que após infectado, restam poucas alternativas para contornar as perdas.
Fim do plantio de milho nos Estados Unidos move a atenção geral para o desenvolvimento do cereal.
Devido ao feriado de 20/junho em terras estadunidenses, o relatório semanal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos foi divulgado no dia 21/junho/2022, no qual, de acordo com as informações levantadas pelo órgão, o processo de plantio de milho chegou em seu fim, focando agora a atenção do mercado nos processos de desenvolvimento das lavouras.
Segundo o relatório, os números de emergência de milho esta semana nos 18 estados americanos subiram sete pontos percentuais em relação a semana passada, atingindo 95% de emergência, número que iguala à média dos cinco anos.
Em Iowa, o líder de produção de milho do país, a emergência do cereal foi de 98%, igualando à sua média dos cinco anos, enquanto Illinois se encontra em 97%, três pontos percentuais acima da média do estado.
Houve novamente uma pequena piora no estado das lavouras em relação à semana passada, no qual a quantidade de lavouras ruins subiu 1 ponto percentual e as lavouras em qualidades ótimas caíram 2 pontos. Porém, os números de condição desta semana estão dentro da média dos últimos cinco anos.
Fonte: USDA.
Elaboração: Céleres®.
Atualizado em junho/2022.