CASE DOS CAMPEÕES VERÃO 2024
No dia 19 de junho de 2024, o Getap realizou uma Coletiva de Imprensa exclusiva, onde foi divulgado o ranking do Concurso
de Produtividade Verão/24. Aqui, você confere o Case dos Produtores Campeões, com suas técnicas de manejo,
além dos Destaques Regionais.
Problema crônico de armazenamento deve se acentuar ainda mais com chegada da safra de milho inverno
A capacidade de armazenamento de grãos tem se tornado um problema crônico no Brasil nos últimos anos. Enquanto a produção de milho encontra recordes consecutivos nas últimas temporadas, crescendo +10MMt/ano nas últimas cinco safras, a capacidade de armazenamento cresceu apenas 3 MMt/ano no mesmo período.
A capacidade estática de armazenamento de grãos atual no Brasil é de 192,5 milhões de toneladas, apenas 42% maior que a expectativa para a safra total de milho 22/23 (135 MMt). Vale ainda lembrar que o cereal compete por espaço com outros grãos relevantes em volume, como a soja (+165 MMt).
Em 21 de julho de 2023, dados da Céleres® mostraram que a colheita de milho inverno já atingia 47,2% de uma safra esperada de 105 milhões de toneladas, que deve criar intensa demanda por armazenamento e logística interna no curto prazo.
A queda recente nos preços de soja e milho fez com que os produtores segurassem mais os produtos em armazéns, na esperança de melhores preços, limitando ainda mais a disponibilidade de armazenamento. Com o avanço da colheita de milho inverno, o problema crônico com armazenamento deve se acentuar ainda mais, trazendo à tona a discussão de maiores investimentos neste setor.
Análise por:
Rafael Domingues Gutierrez, analista de mercado da Céleres e
Enilson Nogueira, consultor de mercado da Céleres
Exportações de milho deve despontar nas próximas semanas com o andamento da colheita de milho inverno.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações brasileiras de milho referentes as 3 primeiras semanas do mês de junho/23 registraram 632 mil toneladas, com um valor diário médio (dias úteis) de 39,5 milhões de toneladas. Em relação a junho/22, a quantidade média ficou 16,2% menor, mostrando ainda um clima de exportações tímidas e pouco milho para ser escoado, que pode ser reflexo da comercialização e colheita mais lentas.
Segundo dados da Céleres®, a comercialização de milho inverno no início da última semana de junho/23 estava 5,7 p.p. abaixo do valor visto neste mesmo período da safra passada. Valores ainda pequenos para o início de janela de exportações de milho brasileiro.
A colheita da safra 2022/23 de milho inverno também se mostrou atrasada, com apenas 9% concluídos, frente aos 17% da safra anterior. Apesar do atraso, as condições climáticas favoráveis em quase todo território ao longo do ciclo produtivo contribuem para que as expectativas sejam de uma safra recorde de milho inverno.
Para o 2º semestre/23, é provável que os números de exportação de milho despontem nos próximos 30 a 60 dias, com avanço das colheitas e diante do cenário de preços competitivos para o cereal brasileiro.
Análise por:
Rafael Domingues Gutierrez, analista de mercado da Céleres e
Enilson Nogueira, consultor de mercado da Céleres
Relatório de oferta e demanda trouxe mudanças pequenas e condições de safra começam a preocupar.
No relatório de Oferta e Demanda (WASDE) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, divulgado em junho/2023, as mudanças implementadas não causaram grande impacto no mercado. No que diz respeito ao milho norte-americano, as alterações se limitaram a um aumento nos estoques iniciais e finais do país.
Outra mudança significativa nas estimativas foi a redução das exportações de milho norte-americano da safra 2022/23. Até então, estava previsto um volume de 45,1 MMt, porém, valor foi revisado para 43,8 MMt, representando uma queda de 3%. Essa revisão se deve ao andamento das exportações de milho semanais registradas pelo USDA, que têm sido bastante lentas. Por outro lado, as exportações para a safra 2023/24 permaneceram estáveis, mantendo-se em 53,34 MMt.
Embora tenha havido aumento nos estoques, que poderia exercer pressão sobre os preços, as condições de safra indicadas pelo USDA nesta semana contribuíram, em certa medida, para alguma sustentação nos preços.
Segundo o departamento, as condições boas/excelentes da safra norte-americana de milho caíram 3 p.p. na semana (12/junho/2023), ficando 11 p.p. abaixo do número visto ano passado. Essa queda levanta incertezas no mercado, pois as condições iniciais das lavouras e casos de replantio podem desafiar o alcance da alta produtividade potencial estimada pelo próprio USDA em 23/24 (11,4 t/ha).
Análise por:
Rafael Domingues Gutierrez, analista de mercado da Céleres e
Enilson Nogueira, consultor de mercado da Céleres
Exportação de milho norte-americano tem melhora devido à forte demanda chinesa pelo cereal.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou, no dia 09/março/2023, que as exportações comprometidas de milho americano atingiram o patamar de 68% (31,8 MMt) das exportações esperadas para o ciclo 2022/23, estando 10 p.p. abaixo da média dos últimos cinco anos.
Durante o período de 02/março a 09/março, houve o registro do embarque de 1,2 MMt de milho para exportação, valor relevante em comparação com últimas semanas. É importante ressaltar que, apesar dos números absolutos de exportação para esta safra serem menores, esse valor quase iguala ao volume exportado médio dos últimos cinco anos para a semana.
A recuperação na demanda frente às últimas semanas de exportações foi resultado do retorno chinês nas compras do cereal norte-americano. Esse movimento foi crucial para manter os preços internacionais do milho estáveis e garantir a continuidade da janela de exportações dos Estados Unidos.
Apesar da recuperação das exportações do milho norte-americano, ainda há uma preocupação com a continuidade da janela de exportações para os próximos meses devido à possível competição com a produção brasileira de milho inverno em meados de junho/23 e julho/23.
Análise por:
Rafael Domingues Gutierrez, analista de mercado da Céleres e
Enilson Nogueira, consultor de mercado da Céleres
Janela de exportações do milho americano está apertada com atraso persistente nos volumes embarcados.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou, no dia 02/março/2023, que as exportações comprometidas de milho americano atingiram o patamar de 65% (30,6 MMt) das exportações esperadas para o ciclo 2022/23. Vale ressaltar que as exportações totais da temporada sofreram uma redução de 1,9 MMt no último relatório de oferta e demanda (WASDE), condizente com baixo desempenho do país desde o ano passado.
Embora exista uma diferença de 11 pontos percentuais em relação à média dos últimos anos (76%), o número é menos discrepante que em semanas anteriores. No entanto, a menor diferença percentual tem mais relação com a queda na expectativa de exportações do que a a evolução de embarques.
Entre os dias 23/fevereiro e 02/março foram registradas 1,1 MMt de milho embarcados para exportação, número significativamente maior do que nas últimas semanas de exportação do cereal norte-americano. Valor está apenas 13% menor que a média dos últimos cinco anos para a primeira semana de março.
No entanto, a janela de exportações para o milho americano está cada vez mais apertada, como demonstrado pelas reduções consecutivas nas exportações esperadas pelo USDA, o que pode reforçar movimentos baixistas para os preços globais de milho no curto prazo.
Análise por:
Rafael Domingues Gutierrez, analista de mercado da Céleres e
Enilson Nogueira, consultor de mercado da Céleres