Possibilidade de recessão, elevação dos juros globais e valorização do dólar pressionam os preços mundiais da commodities agrícolas.
Fatores macroeconômicos têm participação relevante na formação dos preços globais de commodities agrícolas, tanto pela relação com a dinâmica da demanda mundial quanto pela ação dos fundos de investidores nas bolsas de commodities agrícolas.
A elevação de juros globais para combater inflação, a valorização do dólar frente às várias moedas pelo mundo, ambas a partir do 2º trimestre de 2022, e a potencial desaceleração econômica impuseram um freio de arrumação para os preços agrícolas internacionais que vinham numa trajetória de alta desde meados de 2020.
O vencimento setembro/22 chegou a ser cotado a US$ 7,7/bushel em meados de maio/22, porém, caiu para faixa de US$ 6,0-6,5/bushel na primeira metade de julho/22 – patamares anteriores ao conflito Rússia e Ucrânia.
Para o produtor de milho brasileiro, o mesmo movimento de valorização do dólar tem beneficiado a formação de preços internos ao depreciar o Real, limitando a queda das cotações nacionais do cereal. Nos próximos 45 dias, as atenções do mercado com a macroeconomia global devem dividir espaço com a clima e evolução da safra norte-americana – que ainda ocorre próximo da normalidade, apesar do receio com clima mais quente e seco neste período.