COP-26 se aproxima e traz discussões sobre temas sustentáveis.
Com a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26) se aproximando, o papel da agropecuária nas emissões de gases de efeito estufa e as medidas de redução e sequestro de carbono estão em voga, tornando urgentes as discussões entre os setores para corroborar com o fortalecimento da agropecuária de baixo carbono.
Dentre as políticas públicas brasileiras aplicadas à agropecuária e que objetivam o cumprimento dos acordos internacionais para a redução dos efeitos das mudanças climáticas, cabe destaque ao Plano ABC – Agricultura de Baixa Emissão de Carbono. O Plano, que já está em sua segunda edição (2020), reforça sete programas já previstos no ordenamento jurídico e acordos internacionais, quais sejam: Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD), Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs), Sistema Plantio Direto (SPD), Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), Florestas Plantadas (FP), Tratamento de Dejetos Animais (TDA) e Adaptação às Mudanças Climáticas.
O Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), em uma avaliação das emissões brasileiras de GEE, constatou que, no ano de 2019, o setor agropecuário foi responsável por 83% do total das emissões de carbono equivalentes do país (considerado o corte transversal da agropecuária – agropecuária em si e dentro dos outros setores). Por outro lado, é o único setor que apresenta potencial de remoção de GEE, sendo que o percentual de emissões líquidas diminui para 73% do total emitido, fruto da adoção de medidas indicadas no Plano ABC, mas que já são praticadas por décadas pela agropecuária brasileira.
Além dos ganhos ambientais, como melhora na qualidade do solo, aumento da área florestada, proteção dos recursos hídricos, redução das emissões de gases GEE e outros, as medidas resultaram em benefícios agronômicos e econômicos consideráveis ao produtor, como ganho de produtividade, redução de custos e maior competitividade em um mercado com demandas cada vez mais exigentes do ponto de vista socioambiental. Ainda, o desempenho do agro nas pesquisas ilustra seu potencial no mercado de carbono, que poderá ganhar novos rumos com a COP-26, evento que acontecerá em novembro em Glasgow, na Escócia.