Possíveis impactos do La Niña na produção de milho verão no sul do Brasil.
La Niña é um efeito climático que ocasiona alterações na temperatura média dos oceanos, e tem influência direta na distribuição de chuvas, secas e calor. Este efeito tem sido visto nos últimos dois anos e tem previsão para acontecer pela 3° vez consecutiva este ano, no qual a região Sul do Brasil é afetada com estiagens e o Cerrado é beneficiado com maior volume nas chuvas.
No ciclo atual, espera-se variações de temperatura entre 0,8°C e -1°C, bem ameno em relação aos últimos anos, que registraram estiagens responsáveis por diminuir a produtividade da safra de milho. Na região Sul, naturalmente mais afetada pelo La Niña, previsões da ocorrência do fenômeno este ano trazem certas preocupações, visto que o estado é responsável pela produção de 40% do milho verão no país.
De acordo com dados da NOAA, anos de La Niña tem efeitos densos na produtividade de milho no Rio Grande do Sul, no qual a linha de tendência de desvio de produtividade em anos de La Niña chega a 20%. Porém, as expectativas de desvio de temperatura para 2022/23 não passam de 1°C, o que pode limitar as consequências negativas aos produtores.
A importância de uma safra cheia de milho verão (1° safra) é ressaltada pelas expectativas de baixos estoques no início de 2023, que é decorrência de um alto volume de exportações no 2° semestre/2022.