No relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) do dia 17/outubro/2022, foi relatado que 97% das lavouras terminaram o processo de maturação, no qual Illinois, o segundo maior estado produtor de milho dos Estados Unidos, está 5 p.p. (93% concluído) atrasado em relação a média dos últimos cinco anos.
Com clima favorável na região do cinturão do milho na semana passada, o ritmo de colheita subiu bem acima da média no último relatório e se encontra em 61% das lavouras colhidas, 9 p.p acima da média dos últimos cinco anos e 3 p.p abaixo do ano de 2021. No entanto, devido às precipitações sobre os campos de milho esta semana, deve-se esperar números mais lentos no próximo relatório.
Com o avanço da colheita de milho norte-americano, o processo de escoamento para os mercados internos e externos passam a ganhar relevância. O tema de preocupação, nesse sentido, é o baixo nível do Rio Mississipi, principal válvula de escoamento da produção do Corn Belt em direção às aos portos no Golfo do México e às indústrias no Sul do país. O Centro de Previsão do Rio Mississipi afirmou que o Rio nas últimas semanas quebrou o recorde de seca de 1988 e outros importantes rios de transporte de grãos estão apresentando níveis de água abaixo do normal.
Com a colheita acelerada em 2022/23, o panorama logístico não deve permitir avanços mais rápidos ou maiores para as exportações do cereal nos EUA no curto prazo. O cenário ainda não incita maiores temores para abastecimento global do cereal, tendo em vista que a temporada de exportação norte-americana de milho se aquece, sazonalmente, no início de cada ano. Contudo, a depender da continuidade da seca na região, pode haver dificuldades maiores para escoamento naquele país, representando uma oportunidade para milho brasileiro até início de 2023.