Dólar e perspectivas de boa colheita na 2ª safra devem pressionar formação interna de preços no curto prazo
Desde último trimestre/2021, os preços internacionais e nacionais de milho encontraram fatores de sustentação nos baixos estoques de passagem, na baixa oferta de verão no começo de 2022 e nos patamares elevados de câmbio no período. Praças consumidoras relevantes no mercado interno observaram cotações na casa de R$ 100/sc – R$110/sc para o cereal.
O cenário de preços na última duas semanas, no entanto, mudou de direção com quedas consideráveis nos preços praticados, sobretudo para as referências de negociação para o segundo semestre. A recente valorização do Real, a pressão vendedora de curto prazo com a colheita de verão e preferência de armazenagem para soja e principalmente a expectativa de colheita acima de 85 milhões de toneladas na safra de inverno 2021/22 fez com que os preços futuros do cereal cedessem mais de 10% no período. O contrato setembro/2022 caiu de R$100/sc no começo de março/22 para R$85/sc na última semana do mês.
No curto prazo, ainda pode haver espaço para mais quedas visto a continuidades da movimentação do câmbio e fatores pontuais na ponta vendedora. No entanto, a Céleres® reforça que, mesmo com a colheita de inverno elevada no país, os fundamentos internos e externos deverão sustentar os preços de milho ao longo de 2022. Ressalta-se ainda a expectativa de baixa disponibilidade de milho no mundo neste ano em função do conflito Ucrânia e Rússia e a elevação dos preços de petróleo, driver de sustentação da demanda por etanol a base de milho.