Integração do cereal com mercado de biocombustíveis potencializa dinâmica de consumo e produção no Centro-Oeste.
Diferente da experiência norte-americana ou de cana-de-açúcar no país, o caso brasileiro de produção de etanol de milho é bem mais recente e com características locacionais e produtivas relevantes para a competitividade do setor. O novo modelo de produção, seja para processamento integrado à usina de cana ou exclusivo do cereal, encontrou no Centro-Oeste condições favoráveis de (i) disponibilidade da matéria-prima a preços relativamente baixos, (ii) acesso a mercados com oferta deficitária de combustíveis e (iii) demanda potencial dos coprodutos da usina, conhecida como DDG e WDG, pelo setor de produção animal.
Apesar da considerável elevação das cotações de milho a partir de 2020, matéria-prima responsável por mais de 75% do custo direto de produção, os preços de etanol e DDG também se valorizaram no período – seguindo os efeitos da desvalorização do Real sobre a política de preços de combustíveis e sobre a dinâmica de preços das matérias-primas usadas na ração animal, mantendo a lucratividade e atratividade do setor. Entre 2020 e 2021, 3 novas usinas entraram em operação no país, além da expansão de novas unidades no Centro-Oeste. A estimativa da Céleres é que, em 5 anos, a demanda por milho para etanol chegue a 16 MM t, 17% da demanda nacional pelo cereal, registrando crescimento expressivo de 12% ao ano.
O fortalecimento desta cadeia de produção beneficia o produtor rural ao aumentar a liquidez pelo cereal e alterar da dinâmica de originação e de preços na região de compra das usinas. Além disso, a agregação de valor no mercado interno potencializa a geração de investimentos, empregos e tributos, contribui no fortalecimento de importantes cadeias produtivas próximas como de eucalipto e de proteína animal e ampara ganhos ambientais por meio da redução da pegada de carbono em relação à gasolina e ao etanol feito de cana (MOREIRA et al., 2021).
Fonte: Céleres®. Elaboração: Céleres®. Atualizado em outubro/2021.