Como a responsabilidade socioambiental vem influenciando as decisões do mercado.
Padrões de sustentabilidade deixaram de ser uma obrigatoriedade exclusiva do ambiente regulatório e passaram a influenciar fortemente na dinâmica do mercado de milho, uma vez que medidas de compliance são, em muitos casos, pré-requisitos na negociação para deferimento de linhas de créditos para os produtores rurais, bem como no pleito de selos e certificações. Logo, atender aos padrões ambientais técnicos e legais definidos mundialmente na produção do grão tornou-se fator basilar para se manter competitivo em um mercado impulsionado por novas tendências de consumo.
A nível mundial, o compliance aplicado ao agronegócio é exigido desde 1980, com o programa Common Agricultural Policy na União Europeia. Mais recentemente, no Brasil, após a deflagração da operação Carne Fraca, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento criou o programa Selo Agro+ Integridade, com o intuito de incentivar e premiar empresas e cooperativas que estão em compliance.
Com a produção de milho se consolidando cada vez mais como pilar do agronegócio brasileiro, a responsabilidade socioambiental inerente ao setor cresce na mesma proporção, imprimindo novos desafios em sua cadeia. Características do mercado de milho dificultam a coordenação e amplitude mais elevada dos programas de compliance, como elo produtivo e comprador com múltiplos players, escalas e tecnologias muito heterogêneas. Contudo, implementar programas de compliance, tanto no âmbito do produtor como de forma sistêmica na cadeia, corrobora com o fortalecimento da integridade e imagem do produtor de milho brasileiro, promove vantagens competitivas a este mercado e aumenta o potencial de acesso a mercados internacionais.